Uma ação coordenada entre a Receita Federal, Polícia Rodoviária Federal (PRF), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e Polícia Militar de Mato Grosso do Sul resultou na apreensão de cerca de 3 toneladas de mercadorias contrabandeadas e na prisão de uma mulher boliviana transportando drogas, em Corumbá (MS), na última sexta-feira, 5 de julho.
A operação teve início por volta das 15h, quando seis ônibus clandestinos foram interceptados na rodovia BR-262, nas proximidades da Ponte do Morrinho — um dos principais pontos de entrada de veículos vindos da Bolívia. Os veículos foram escoltados até o Posto Esdras, onde passaram por uma minuciosa fiscalização com o apoio de um cão farejador da Receita Federal.
Durante a inspeção, foram encontrados diversos produtos irregulares, entre eles roupas falsificadas de marcas conhecidas, alimentos sem autorização fitossanitária para importação, e substâncias entorpecentes. O destaque da operação foi a prisão de uma mulher de 31 anos, de nacionalidade boliviana, flagrada com cerca de 13 quilos de skunk — uma variação mais potente da maconha. A droga estava escondida em uma bolsa de viagem e, segundo a própria suspeita, teria como destino final a cidade de São Paulo. A mulher foi presa em flagrante e encaminhada à Delegacia da Polícia Federal.
Além das mercadorias apreendidas, três dos seis ônibus acabaram retidos por circularem sem a autorização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para o transporte interestadual de passageiros, caracterizando transporte clandestino — uma infração recorrente em ações anteriores na região.
A fronteira de Corumbá com a Bolívia tem sido alvo frequente de operações de fiscalização e combate ao contrabando. Somente em 2024, ações semelhantes resultaram na apreensão de toneladas de produtos ilegais e dezenas de prisões, consolidando a cidade como ponto estratégico tanto para o tráfico quanto para o comércio irregular. A região também é rota preferencial de organizações criminosas que tentam burlar a vigilância alfandegária brasileira.
A Receita Federal destacou, por meio de nota oficial, que a operação reforça o compromisso do órgão com a proteção da saúde pública, o fortalecimento do comércio formal e a defesa do agronegócio nacional, gravemente afetado por produtos de origem e transporte desconhecidos. Além disso, a cooperação entre os diferentes órgãos federais e estaduais tem sido fundamental para desarticular as redes criminosas que operam nas fronteiras do Brasil.
As mercadorias apreendidas serão destinadas a destruição ou doação, conforme determina a legislação vigente, e os ônibus retidos só poderão ser liberados após regularização junto à ANTT. Já a mulher presa será investigada por tráfico internacional de drogas, crime que prevê pena de 5 a 15 anos de reclusão.
A operação foi considerada um sucesso pelos agentes envolvidos, servindo de alerta para o risco crescente do transporte clandestino de passageiros e de produtos ilegais, que colocam em risco a economia, a segurança pública e a saúde dos brasileiros.